Agora estou aqui, olhando para um infinito raso.
Ele me olha de volta, me analisando, me entendendo, me decifrando, me mordendo, e não descobre nada de mim.
É melancólico, e mesmo amargo, ter de tocar em tanto vazio. Eu, que sou de uma profundidade de me afogar toda, sair de mim meio arrastada, torcendo o cabelo, toda nua. Meio fria, meio viva, meio morta. E ainda há esta floresta em volta, com ninfas cantandando preguiçosamente, enquanto a minha imaginação dá gargalhadas, malévola. Depois eu me sento, a terra fria penetrando em mim e colocando o mundo lá dentro.
Meu coração é uma gruta de espíritos. Ficam todos gritando, num coral confuso, o que eu devo fazer. Abraço os joelhos, me agarro à algumas memórias e finjo que não sou capaz de ouvir. Este coração que pulsa e sacode meu corpo, as gotas sugando a minha alma e deixando sulcos na pele.
Eu sou uma caixa.
Eu sou uma caixa e estou sendo devorada, o medo escorrendo em mim e refletindo a lua, toda poética.
Eu desvio o olhar.
Não quero encarar este infinito, raso de mais pra mim.
"But that love you felt, that's just the beginning. You just got a taste of love. That's just
limited little rinky-dink mortal love. Wait till you see how much more deeply you can love
than that. You have the capacity to someday love the whole world. It's your destiny."
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Caixa de Pandora
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