Começa com um comprimido. Devagar, para não morrer demais. E em algum momento vem o desmaio, um mal estar bem doce na boca.
Desejos de que falem de desejos, de que me consolem, de que os olhos firmem no horizonte. Ataco um pedaço de alma, e ele me beija em resposta. "Nessa horas a estrada responde", ele explica. "Vai com a vida".
Eu nem sabia que alma falava. Agradeço sem pressa. Vou com a demora.
Hoje acordei com a prima varrendo o sol. Ela tentou prender um raio entre os dedos, sorriso levado. Por fim, subiu na vassoura e partiu, a bruxa dos olhos mais açucarados de todos.
Espero uma resposta. Espero insistentemente uma resposta. Com a mão firme riscando rostos, pintando rachaduras e fazendo retratos.
Consegui ver florescer as plumas, só me esqueci de me desculpar com os mortos.
O dia veio pra que encontrassem um pouco da fuga nesse pedaço de mim. Levei ao fogo, amassei com as mãos e libertei meus passos, para que arrastassem o caminho que fosse.
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