Frequentemente passo a adorar
(com meus olhos e batimentos cardíacos) pessoas pelas coisas célebres que
dizem. E “coisas célebres” são todas aquelas frestas de palavras que você sabe
que, em algum momento, serão as únicas pelas quais poderemos escapulir.
Há alguns anos, plantei minha
adoração e expectativas em um camarada aí, e hoje ele me salvou com aquela frase
que por muito tempo eu nem lembrei já ter sido inventada: “quem fica está
sempre mais pesado do que quem parte”.
Eu fiquei. Fiquei pesada, tentando ser leve.
Tentei ser leve pensando que você foi com um pedaço meu, reduzindo a minha carga, mas falhei em considerar
o pedaço seu que aqui ficou. Não que ficar e ser pesado seja ruim. Nem que
partir e ser leve seja bom. Mas são duas condições que, tentando
profundidades, começo pouco a pouco a devorar e beber.
Muitas vezes imaginei que eu
estaria mais devastada agora do que estou realmente. Então talvez meu
sofrimento de véspera tenha afinado as lágrimas. Ou talvez eu hipervalorizasse as fragilidades. Mas também suspeito de
que minha vastidão é devastidão disfarçada, ameaça
constante de que algo vai ruir.
Sei que formamos hipóteses a torto e a direito, e pode ser que não cheguemos a lugar nenhum com nenhuma delas, nem com nada nas mãos.
Nas mãos, me falta aquelas palavras compridas, que deixam as esperas mais bonitas e o olhar cheio das coisas.
Sentimentos, esses não me faltam. Sentimentos eu tenho em alta conta. Dos feios, dos bonitos, dos quentes, adocicados e cansados. Eu os experimento com toda a força que me é permitida, por serem nosso mais inteiro contato. É a minha forma de ser amante, aquela que ama desesperadamente mais.
Eu, por vezes sou par, por vezes sou ímpar. É por isso que acho que eu precisaria de uma vida inteira pra entender a distância. Pra entender, aceitar, sorver com a pontinha da língua. Como não sei do tamanho da vida, eu corro. Espanando os pensamentos com os dedos.
Sei que formamos hipóteses a torto e a direito, e pode ser que não cheguemos a lugar nenhum com nenhuma delas, nem com nada nas mãos.
Nas mãos, me falta aquelas palavras compridas, que deixam as esperas mais bonitas e o olhar cheio das coisas.
Sentimentos, esses não me faltam. Sentimentos eu tenho em alta conta. Dos feios, dos bonitos, dos quentes, adocicados e cansados. Eu os experimento com toda a força que me é permitida, por serem nosso mais inteiro contato. É a minha forma de ser amante, aquela que ama desesperadamente mais.
Eu, por vezes sou par, por vezes sou ímpar. É por isso que acho que eu precisaria de uma vida inteira pra entender a distância. Pra entender, aceitar, sorver com a pontinha da língua. Como não sei do tamanho da vida, eu corro. Espanando os pensamentos com os dedos.
Não sei se desejo que dentro de mim faça silêncio, mas, por agora, só faz falta. Como tudo aquilo que amamos demais
faz muita falta e esvazia.
Li em algum lugar que o vazio também é a busca por redenção, e desde o início dessa história pensei que essa seria a minha busca pessoal pelo fortalecimento. Pois, quem sabe, redimida eu fique mesmo um pouco mais forte.
Li em algum lugar que o vazio também é a busca por redenção, e desde o início dessa história pensei que essa seria a minha busca pessoal pelo fortalecimento. Pois, quem sabe, redimida eu fique mesmo um pouco mais forte.
Certas noites, faz esse frio invernal dentro de mim. Como se nevasse. Como se eu tivesse me despido de todas as expectativas para nossos encontros e despedidas.
Sempre existiu esse jeito estranho de nos segurarmos, essa nossa cerimônia de apego. E penso que é bonito como isso contorna a dor, fazendo dela trilha pros nossos passos.
Não sei ao certo como se faz, mas vou aprendendo com os dias que não passam nunca e com as horas que esses relógios não marcam.
As coisas pequenas, longe de serem medíocres ou frágeis, são as que somem primeiro quando vem a distância. Por isso eu peço, toda vez que inspiro, toda vez que abro ou fecho os olhos, toda vez que penso na gente, pela benção de não perder as memórias. E é assim que o pequeno tem se agigantado na minha mente.
Sempre existiu esse jeito estranho de nos segurarmos, essa nossa cerimônia de apego. E penso que é bonito como isso contorna a dor, fazendo dela trilha pros nossos passos.
Não sei ao certo como se faz, mas vou aprendendo com os dias que não passam nunca e com as horas que esses relógios não marcam.
As coisas pequenas, longe de serem medíocres ou frágeis, são as que somem primeiro quando vem a distância. Por isso eu peço, toda vez que inspiro, toda vez que abro ou fecho os olhos, toda vez que penso na gente, pela benção de não perder as memórias. E é assim que o pequeno tem se agigantado na minha mente.
Dizem que a gente se acostuma com qualquer coisa, e eu penso muito nisso enquanto busco um lugar para o pequeno e para o vazio.
Algumas vezes, o que desejo mesmo é ter fixado meus pés em algum pedaço de terra por onde passei. Outras vezes, penso que todos os sentimentos do mundo já foram sentidos. E perco um pouco da graça.
Não quero me
acostumar à falta ou à ausência. Da mesma forma como nunca me acostumarei – ou
provarei com a pontinha da língua – a distância.
Quero que a ausência permaneça em cada centímetro de pele do meu corpo, em cada fio de ideia que eu venha a ter. Quero que seja a ausência a me acordar todos os dias, a costurar-se em mim mesma. Porque também faço suposições de que a canção triste que toca aqui dentro vai é romper o silêncio do mundo. E talvez assim o tempo passe, e deixe um tantinho de crescimento pessoal.
Vou descobrindo que é pesado para quaisquer braços manter uma presença em suspenso. Às vezes, tudo é vazio em excesso. Às vezes, tudo cheio demais de marcas que ficaram sem corpo. Uma parte de mim fica acorrentada em esperanças de não submergir. Outra parte, é livre de tudo. E no meio do caminho, não tenho certeza de nenhuma dessas coisas.
Quero que a ausência permaneça em cada centímetro de pele do meu corpo, em cada fio de ideia que eu venha a ter. Quero que seja a ausência a me acordar todos os dias, a costurar-se em mim mesma. Porque também faço suposições de que a canção triste que toca aqui dentro vai é romper o silêncio do mundo. E talvez assim o tempo passe, e deixe um tantinho de crescimento pessoal.
Vou descobrindo que é pesado para quaisquer braços manter uma presença em suspenso. Às vezes, tudo é vazio em excesso. Às vezes, tudo cheio demais de marcas que ficaram sem corpo. Uma parte de mim fica acorrentada em esperanças de não submergir. Outra parte, é livre de tudo. E no meio do caminho, não tenho certeza de nenhuma dessas coisas.
Por agora, eu bebo desejos fortes, temperados com o sal do que choro. Não devoro a distância e a ausência pensando que são propriedades minhas, mas porque são o meu alimento pra ser firme e dar conta do que vier. Mas, se vier você, estou pronta pra te amar até o fim, com todo o peso extra que você trouxer pra casa.
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