Parece-me que somos feitos de lacunas.
Seres repletos de vazios para serem preenchidos.
Até que surge alguém, um enviado para aquele momento em especial,
a pessoa certa, com a substância certa para derramar em nós.
Independentemente de quanto tempo leva ou de quem é que surge,
parece-me que o que importa é a substância. É o que faz a diferença.
Dá sentido.
À vida?
Não, não necessariamente. A substância nem sempre dá vontade de viver. Pode dar vontade de morte, se quisermos eternizar o sentido.
A substância simplesmente dá sentido.
E vai tendo sentido o que vou sentindo... O líquido a pingar em meus vazios macabros. Estremece em luz, desprende-se do todo e me atinge - é este o lugar a que chamam de âmago? Atingem-me as gotas e colorem o que vejo. Líquido doce, que enche de desejo.
Há uma certa magia em deixarmos o vácuo. Gotas grossas, gotejantes.
É um líquido quente, que ferve a alma, que vai se alastrando por todas
as antigas câmaras escuras. Líquido que vai se tornando senhor das noites e dos sonhos, dono de qualquer pensamento. Líquido que fantasia baboseira de poesia. Líquido que enche. Mata fome e solidão.
Achei que fosse romance, matéria descartável ou folclore.
Mas há realmente o som do líquido pingando.
Achei que também tinham vendido o amor, banido a paixão.
Mas os buracos estão sumindo.
Achei que era mentira, que ele tinha morrido.
Mas está aqui.
O amor é um sobrevivente.
"But that love you felt, that's just the beginning. You just got a taste of love. That's just
limited little rinky-dink mortal love. Wait till you see how much more deeply you can love
than that. You have the capacity to someday love the whole world. It's your destiny."
quarta-feira, 3 de março de 2010
Relativismo
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